Casos Clínicos

Casos Clínicos

Diariamente encontramos desafios, mas são justamente esses casos desafiadores que nos motivam a continuar sempre estudando sobre a saúde felina e proporcionando uma vida melhor e mais longa dos gatinhos com seus tutores. Conheça alguns desses casos desafiadores que passaram aqui pelo Hospital Cats.

Cupcake - Caso Clínico 01
Caso 1
Dados do Gato: Cupcake, SRD, fêmea, 2 anos, castrada
Nome do Tutor: Silvana
Diagnóstico: Alergia/Hipersensibilidade Alimentar (HA)
Méd. Vet. Responsável: Daniele Fink Zanette – CRMV/PR 11352
Paciente foi atendida com queixa de lesões em face e muita coceira há cerca de 30 dias. Também estava emagrecendo pois parava de comer para se coçar. A pele da face estava com sinais de infecção e muito inflamada, estava desidratada e durante a consulta a paciente não parou de se coçar e se lamber. Ficou internada por um dia para reidratação e realização de medicações injetáveis pra controle da dor e da inflamação. Foram feitos alguns exames complementares e apenas a cultura bacteriana foi positiva, os demais exames não tinham alterações. Tutora não concordou em fazer biópsia de pele.
Foi feito controle de pulgas e tratamento com antibiótico, antiinflamatório oral e ômega 3 durante algumas semanas. A coceira diminuiu, mas não regrediu totalmente. Foi explicado sobre a importância da dieta restrita com ração terapêutica para fechar o diagnóstico e durante 60 dias tutora deu a ela apenas essa ração e foi feita uma aplicação de antiinflamatório injetável. Após esse período foi possível evidenciar melhora do quadro clínico, ausência de coceira, ganho de peso e início do crescimento do pelo, fechando a suspeita diagnóstica de alergia/hipersensibilidade alimentar.
A alergia ou hipersensibilidade alimentar é uma doença imunológica causada pela resposta atípica a uma proteína do alimento ou aditivo do mesmo e não tem cura, apenas controle. As proteínas da carne bovina, do peixe e frango, que estão presentes em praticamente todas as rações não terapêuticas, são as que mais causam essa reação alérgica nos gatos predispostos, assim como trigo, milho, laticínios, ovo, cevada e carne de coelho, que também são encontrados em alguns tipos de rações.
Por morar em sítio, tutora informou que infelizmente não seria possível fazer com que ela comesse somente a ração prescrita, pois não teria como deixar ela separada dos demais gatos contactantes que comem outra ração. Foi então iniciado tratamento com ciclosporina (imunossupressor de uso contínuo, com recomendação de acompanhamento trimestral para reavaliação e ajustes de dose) e mantido a ração terapêutica.
Gato Cenoura - Caso Clínico 02
Caso 2
Dados do Gato: Cenoura, SRD, macho, aproximadamente 4 anos, fértil
Nome do Tutor: Diego
Diagnóstico: Fratura de mandíbula secundária a trauma
Med. Vet. Responsável: Maria Helena Domingos – CRMV/PR 1487
Paciente foi resgatado das ruas em choque, hipotérmico, extremamente desidratado, caquético, com alterações oculares em olho esquerdo, sangramento oral, fissura em palato duro, lesões de pele, pulgas e sem histórico nenhum, porém com fortes indícios de atropelamento ou queda.
realizados exame radiográfico, que confirmou fratura em sínfise e ramo mandibular direito, e exame de sangue que constatou infecção e lesão em fígado. Foi testado para FIV e FeLV com o SNAP TEST da IDEXX e teve resultado NEGATIVO. Paciente foi então internado e colocado em fluidoterapia de choque para reidratação, antibioticoterapia e controle da dor. Foi passada sonda nasoesofágica para alimentação, pois não podia se alimentar pela boca. Com o passar dos dias foi melhorando e as pessoas que o resgataram decidiram adotar o paciente e se tornaram seus tutores.
Após estabilização na internação, paciente foi encaminhado para a Dra Sônia, dentista veterinária da Pró Animal e parceira da Clínica Cats, para estabilização da fratura com resina, extração dentária, sutura do palato e colocação de sonda esofágica para alimentação adequada e ganho de peso.
Após 30 dias, a resina e a sonda esofágica foram removidas e o paciente voltou a se alimentar normalmente pela boca e com o tempo ganhou peso chegando ao ECC (Escore de Condição Corporal) ideal. Foi castrado, vacinado, retestado para FIV e FeLV com o SNAP TEST e PCR proviral da IDEXX, ambos NEGATIVOS, e agora tem um lar para chamar de seu.
Gata Agatha - Caso Clínico 03
Caso 3
Dados do Gato: Ágatha, SRD, fêmea, 5 anos, castrada
Nome do Tutor: Joice
Diagnóstico: FeLV (Leucemia Viral Felina) e Micoplasmose
Med. Vet. Responsável: Daniele Fink Zanette – CRMV/PR 11352
Paciente foi atendida com queixa de fraqueza, apatia e sem se alimentar e beber água há pelo menos dois dias. No exame físico apresentou desidratação moderada, mucosas ictéricas (amareladas) e cianóticas (azuladas), pulso fraco, hipotermia e dificuldade respiratória.
Foi internada para reidratação, colocada em suplementação de oxigênio e testada para FIV e FeLV com o SNAP TEST da IDEXX, tendo resultado POSITIVO para FeLV. Os exames de sangue evidenciaram anemia grave, porém regenerativa, hemólise (destruição de hemácias) e icterícia intensa. Também foi realizado ultrassom abdominal que evidenciou aumento de baço e esfregaço de ponta de orelha que mostrou a presença de estruturas compatíveis com hemoparasita, sendo assim, foi iniciado tratamento com antibiótico e antiinflamatório orais.
Devido a intensa anemia e falta de oxigênio, a transfusão sanguínea tornou-se necessária. Alguns gatos foram levados para serem doadores de sangue e de três animais testados, apenas um foi compatível com a paciente, possibilitando a transfusão sanguínea que foi intensamente monitorada. Logo após o término do procedimento, a paciente ficou mais ativa e comeu sachê com apetite. Um dia depois da transfusão sanguínea o exame de sangue foi repetido e houve melhora significativa, então a paciente teve alta hospitalar com as medicações já iniciadas na internação. Também foi solicitado PCR que foi positivo para Mycoplasma haemofelis, confirmando a suspeita diagnóstica de micoplasmose. Vinte dias após a alta hospitalar, a paciente estava muito melhor, ativa, brincando, comendo bem e com quase 700 gramas a mais. Sendo assim, o tratamento com antibiótico foi suspenso e a tutora foi orientada a separá-la dos demais gatos e testar todos eles, fazer controle de pulgas e acompanhamento semestral da paciente devido a FeLV.
A micoplasmose felina é uma doença causada por uma bactéria que entra em contato com o gato através da picada de uma pulga infectada e passa a “atacar” as hemácias (células vermelhas do sangue), causando anemia. É importante ressaltar que mais de 50% dos gatos portadores do Mycoplasma são assintomáticos e não precisam de tratamento, porém, aqueles que passam por situações de estresse ou tem doenças imunossupressoras como a FIV e a FeLV, podem apresentar sinais clínicos da doença.

Na Cats você tem tudo que precisa para cuidar da
saúde e bem-estar do seu gato!

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